Qual o tamanho do coração? Quantos ossos tem o corpo humano? Como os sistemas interagem em nosso organismo? Como somos por dentro do corpo? O que acontece com o corpo depois que morremos? As respostas destas questões que nos cercam são construídas ao longo da visita ao Museu de Anatomia da UFRJ.

O Museu de Anatomia “Por Dentro do Corpo” (Figura 1), inaugurado em 2017, localiza-se no Laboratório Anatômico do prédio do Centro de Ciências da Saúde no Campus Ilha do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além de receber visitas escolares, o museu proporciona treinamento aos alunos de graduação da UFRJ na recepção do público, mediação das visitas e na elaboração de recursos didáticos para o ensino de Anatomia Humana.

Os museus universitários são instituições culturais que possibilitam conexões entre o ensino, o saber científico e a sociedade, constituindo um espaço educacional não formal, que permite maior compreensão da natureza e das relações sociais. O objetivo do Museu de Anatomia é integrar atividades de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvendo o papel social do aprofundamento do estudo do corpo humano para o autoconhecimento anatômico e assumindo a responsabilidade de salvaguardar o patrimônio científico e cultural do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-UFRJ).

Neste espaço, apresentamos aos visitantes como somos por dentro do corpo, percorrendo 15 vitrines organizadas didaticamente com mais de 200 peças anatômicas humanas reais, como ossos, músculos e órgãos.¹ Além deste material biológico, contamos com um acervo variado (Figura 2) que apresenta o tema “Anatomia Humana” através de fotografias artísticas, pinturas, modelos didáticos e esculturas em cera (ceroplastia) do século XIX.

As visitas ao Museu de Anatomia são sempre mediadas e necessitam de agendamento prévio. Nossos mediadores são alunos de diversos cursos da área da Saúde da UFRJ e têm papel fundamental no museu, sendo a essência das atividades e interlocução com o público,² proporcionando a experiência única e personalizada a cada grupo de visitantes de acordo com suas faixas etárias.

Nas visitas, realizamos diversas atividades (Figura 3) com o público, como a experiência sensorial de poder tocar nas peças anatômicas humanas (ossos, órgãos e músculos). Todas essas peças são plastinadas, isto é, preservadas com resina, e, por isso, podem ser manipuladas com segurança. Em uma experiência tátil inclusiva, a pessoa, de olhos vendados, precisa tentar adivinhar qual estrutura está tocando, enquanto os mediadores do museu interagem com ela e os demais visitantes fazendo perguntas e dando dicas para que a pessoa consiga descobrir o que está manipulando.

Esta experiência única de sentir, visualizar e dimensionar de forma palpável partes do nosso corpo, que geralmente conhecemos apenas através de imagens de livros didáticos, permite uma melhor compreensão da realidade de como o corpo humano é por dentro.³

No Museu de Anatomia “Por Dentro do Corpo” também há jogos didáticos como quebra-cabeças, jogos da memória, visualização de imagens especiais com óculos 3D e quiz de perguntas. Nas dinâmicas “Onde está o Cláudio?” o visitante deve procurar as logomarcas temáticas, que estão escondidas nas vitrines, e no “Desafio Orgânica”, o público é estimulado a identificar as estruturas anatômicas humanas em algumas fotografias representadas de forma artística junto com elementos da flora da Ilha do Fundão.

Ao final do percurso no Museu temos a vitrine interativa “#Eunavitrine”, onde os visitantes podem montar o esqueleto de ímã na posição que desejarem e também entrar na vitrine, tirar fotos e se perceberem como exemplares anatômicos que compõem a exposição do museu de forma ativa.

As dinâmicas realizadas, além de educativas, estimulam a interação do público com nossos mediadores e com o acervo do museu. Nessa interlocução de vozes diversas, construímos juntos o conhecimento sobre o corpo humano de forma prazerosa e divertida.⁴

Desde sua inauguração, o Museu recebe, em média, 1.500 pessoas anualmente, em visitas mediadas por graduandos da UFRJ e contribuiu para a formação de mais de 110 alunos, proporcionando treinamento na produção de material didático e de divulgação científica, na mediação das visitas e no relacionamento com o público.⁵

Além das atividades presenciais de visitação, a equipe do Museu de Anatomia produz vídeos didáticos e disponibiliza a apresentação de seus trabalhos acadêmicos em seu canal no YouTube e elabora conteúdo constante de divulgação científica em formatos variados (memes, enquetes, fotos, reels…) em suas redes sociais.

Convidamos vocês a fazerem um tour virtual ou agendarem sua visita presencial por meio de nosso perfil no Instagram.

Notas

1. CAMPOS, F. C. V. Escrevivências de uma discente: vivências como mediadora no Museu de Anatomia “Por dentro do Corpo” da UFRJ. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas Modalidade EAD), UFRJ, Rio de Janeiro: 2020. [voltar]
2. MARANDINO, M. (org.) Educação em museus: a mediação em foco. São Paulo: Geenf/ FEUSP, 2008. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/347964695_Educacao_em_museus_a_mediacao_em_foco Acesso em: fev/ 2024. [voltar]
3. CARVALHO, L. R.; UZIEL, D. Museu de Anatomia UFRJ: hoje uma realidade! SINTAE- Seminário de
   Integração dos Técnicos Administrativos em Educação, 2018. Disponível em:
   https://conferencias.ufrj.br/index.php/sintae/sintae2018/paper/view/2277 Acesso em: março/2024. [voltar]
4. FERNANDES, F. D. P. Espaços de ciência e escolas: Para além da complementaridade. Tese (Doutorado em Educação) Centro de Ciências Humanas e Sociais, UNIRIO, Rio de Janeiro, 2020. [voltar]
5. RIBEIRO DE CARVALHO, L. Museu de Anatomia “Por Dentro do Corpo”: Trajetória de Conquistas. SINTAE- Seminário de Integração dos Técnicos Administrativos em Educação, 2019. Disponível em: https://conferencias.ufrj.br/index.php/sintae/sintae2019/paper/view/2907 Acesso em: março/2024. [voltar]